Bem, bem, bem, após analisar de perto um ridículo caso de fracasso amaroso, prendo-me à seguinte questão : o amor sincero e eterno realmente existe?
Seria nosso top setlist à La Negritude Junior verossímil? Que seja eterno enquanto dure esse amor, que dure para sempre? Ou o amor.. esse amor que corre as lojas do país nos dias dos namorados, esse amor que entope testimonial boards, que está bordado nos ursinhos de pelúcia, sim caro leitor, esse amor fulgaz e avassalador que tem prazo de validade certo, esse sim, é a verdadeira versão do sentimento mais almejado por todos, mais divulgado em todos os meios de comunicação, mais googlado dentre todos os tópicos?
Há quem pense que o citado anteriormente é apenas paixão, e então se durar, abrandar e juntar duas escovas de dente aí sim, pode ser chamado de amor.
Mas se virmos a situação de uma ótica diferente, se pensarmos que esse sentimento estático e morninho, que aquece os corações que um dia já arderam no fogo da paixão, não passa de acomodação? Não, não.. Vejamos de um ponto de vista menos radical então: afeição? Talvez soe mais lógico aos nossos ouvidos. Ou também não?
Nossas mentes tão embebidas em “hollywood lies” e nossos arquétipos sociológicos estão tão bem traçados em margarinas merchan, que a vida de maneira geral virou um completo yahoodate.com (e sim eu quero os meus 0,1 % de lucro pela propaganda).
Mas, voltando à posição social do casal em si, a maior prova da teoria do não-amor é justamente a condecoradíssima “prova de amor”. Telemensagens, carros de som, flores, toneladas de madeira inutilizadas em cartas,cartões,pergaminhos e afins. Sem contar os casos mais ostensivos em que os indivíduos já se encontram num tão alto grau de obsessão, que as tais evidências torrenciais se encontram no patamar de abstenção futebolística, alta taxa de letalidade em relações fraternais, tratamento de chofer (incluindo familiares no serviço), corte de despesas (não afetivas,é claro), forte apoio à submissão (afinal de contas, quem ama sede), muita resignação e por fim, hombridade level negativado.
Sim, eu já estive dos dois lados da história. Afinal de contas quem nunca teve uma crise egocêntrica ou uma insegurança amorosa? Unn.. Insegurança? Talvez não seja essa a resposta para toda essa autoafirmação dessa praga que todos pregam, se prendem e se apegam?
Até quando?Até quanto? Quão alto é o preço e até quando estamos dispostos a pagar, a mudar, a mover o mundo por migalhas dessa tão esplendorosa Love Machine?!
Será que todos os apaixonados estão tão cegos a ponto de viverem repetidamente (várias vezes por vida) esse ridículo tragic role shakespeariano que nos escraviza e oprime? Não por completo. Mas quem nunca quis se escravizar pelo sentimento eufórico e agonizante da espera de uma ligação, ou mesmo pelo arrepio extasiante que como formigas epiléticas percorre um vasto campo de epiderme durante um primeiro beijo?
Oh shit, lógica é para os loucos!
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